segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Discurso do Método por Renê Descartes

Neste texto Renê Descartes fala que criamos o julgamento sem seguir a razão, podendo eliminar os defeitos de várias preceitos compostos pela lógica para obter a fonte do conhecimento seguro. 


A primeira delas é a verificação, ou seja, os seres humanos aceitam como verdade apenas aquilo que se conhece.
De acordo com a segunda etapa, a análise, deve-se dividir as dificuldades em tantas parcelas quantas forem necessárias para melhor resolvê-las. Já a síntese, a terceira etapa, ele diz que devemos começar pelos pensamentos mais simples e subir aos poucos aos pensamentos mais complexos.
Na quarta etapa, a enumeração, deve-se fazer uma lista bem completa para ter a certeza de nada omitir. 


Conclui-se então que o conhecimento científico é encontrado pela razão, ou seja, ele acredita que só existe o que pode ser provado. Mais ai vem a duvida da existência do próprio eu, então ele diz que pensar em duvidar da própria verdade é também existir. Daí a sua celebre frase: "Penso, logo existo". Tão seguros que as suposições dos sétimos eram incapaz de abalar.


A filosofia de Renê Descartes foi uma tentativa de colocar o saber humano sobre uma base racional modelada na geometria. Não apenas os sentidos enganam como também são independentes do pensamento.
Descartes revolucionou o pensamento científico e filosófico até então subordinado as autoridades da Igreja, a escolástica e líderes políticos ditos escolhidos por Deus.



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A Utopia por Thomas Morus

A Utopia é uma concepção teórica de um estado perfeito onde se viveria em plena liberdade religiosa. Assim, para Morus, a sociedade de Utopia é a reação ideal à sociedade inglesa de seu tempo, é a cidade de Deus que ele contrapõe a cidade terrestre.

  A Utopia de Thomas Morus se organiza a partir de um relato fictício feito a Morus pelo culto viajante Raphael Hitlodeu que teria participado da expedição de Américo Vespúcio.
Em viagens, Rafael conhecera a fantástica Utopia, cuja descrição, nos remete a uma ilha paradisíaca, um lugar perfeito.

Bom, A Utopia foi um livro que Thomas Morus escreveu em 1516 e nesse livro o personagem principal chega nessa ilha. Chegando nessa ilha ele encontra uma sociedade perfeita; sem desigualdade social, violência, fome, miséria, corrupção...

Por isso nos dias de hoje a palavra utopia tem um novo sentido. Foi feito um neologismo da palavra tornando-se sinônimo de projeto irrealizável, fantasia, delírio de uma coisa que queríamos que elas fossem.

A Utopia é uma concepção teórica de um estado perfeito onde se viveria em plena liberdade religiosa. Para Thomas Morus, a sociedade de Utopia é a reação ideal à sociedade inglesa de seu tempo, é a cidade de Deus que ele contrapõe a cidade terrestre.

Na concepção de Morus a base social é a agricultura, onde tanto homem quanto a mulher dedicariam 6 horas diárias de atividade, podendo escolher outros ofícios para serem desenvolvidos. Tinham livre arbítrio. São livres de escassez de comida, de pagar contas e poderiam usar seu tempo livre para leitura, descanso ou lazer. Hospitais com dependências amplas, boas instalações e atendimento eficiente.

A organização política tinha como autoridade máxima de cada cidade o Príncipe, sendo proibida a discussão de justiça fará da assembléia. Em Utopia, os crimes hediondos são castigados com escravidão, o suicídio é permitido, desde que autorizado pelo sacerdote. Os casamentos são arranjados pela família e antes de se casarem os noivos têm o direito de se verem nus. Essas uniões geralmente só eram dissolvidas pela morte e o divorcio só era liberado por uma causa justa, sendo que o culpado não pode se casar de novo. Todas essas decisões são tomadas pelos governantes e existiam poucas leis na constituição utopiana.

Com tais idéias Morus se aproxima dos modernos socialistas, embora o seu enfoque não seja exatamente em direção ao futuro, o seu ideal traduzia o ideal medieval, comum a toda a teoria política do Ocidente. Afinal, desde São Tomás de Aquino que a comunidade cristã consiste de classes diferenciadas que exercem harmonicamente funções próprias, todas necessárias ao bem comum. Essa é a sociedade ideal da Utopia de Thomas Morus.


Falando da religião, todos tinham a liberdade própria de culto, cada cidadão escolhia sua própria crença, apenas o ateísmo não era tolerado.
Os utopianos acreditam que a felicidade é eminente dos prazeres da alma e o caminho para alcançá-lo é através da humildade em detrimento do orgulho. Para eles a sociedade deveria ser como uma grande família.

A Utopia de Morus é uma obra que apesar de ter sido pensada no mundo do período renascentista, apresenta questões bem atuais, pretensões de acomodação e resolução de problemas que ainda hoje são vividos pelas sociedades da América Latina, África, Ásia e Terceiro mundo em geral. A ausência da miséria, do desemprego, das taxas altas e a valorização do trabalhador são algumas das principais metas que já naqueles tempos se procurava, se desejava alcançar e que perduram ainda hoje sem que sejam concretizadas.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Africanos, os "escravos da Guiné"



     Neste capítulo, o autor diz que o trafico começa a se avolumar a partir do segundo quartel dos Quinhentos, quando a maioria dos escravos saia da Guine-Bissau, Senegâmbia e África Central. Nesta época, o principal destino dos escravos ainda eram as ilhas atlânticas (Madeira, Canárias), a metrópole e as índias de Castela, principalmente o Peru. Com isto inicia um dos negócios mais rentáveis do período colonial que é a intensa acumulação de bens e troca de mercadorias nas sociedades africanas. Ocorrendo na África Central muito antes dos descobrimentos.
     Outros estudos também têm evidenciado a importância intra continentais africanas e a variedade de produtos europeus, americanos e asiáticos importados pelo continente negro. O que facilitava a penetração dos europeus e habilidade nas comercializações e escambos dos produtos eram os conhecimentos geográficos e históricos que eles tinham sobre os rios da localidade. Escravos por volta de 1618 não era comercializado devido a um decreto de um criador de gados da vizinhança, onde ele diz que naquela região não costumavam vender uns aos outros. Com a entrada dos portugueses é que vai desestabilizar as comunidades nativas da área e empurrá-los para o trato de escravos português, brasílico e brasileiro. O que vem acontecer no ano de 1820 é a continuidade de trafico de escravos, onde os portugueses de Benguela organizam-se num movimento sedicioso para aderir ao Império do Brasil.
     Dos produtos mais utilizados como exportação, sem dúvida o escravo era o mais importante, mas junto com ele tinha o ouro, o marfim da Alta Guiné, o âmbar (uma resina fóssil muito usada para a manufatura de objetos ornamentais), cera, almíscar, couro, goma-arábica, noz de cola, cobre e pimenta malagueta. Entre as mercadorias europeias importadas, duas tinham impacto direto na produção mercantil de escravos, que eram os cavalos e as armas de fogo. Cinquenta anos mais tarde a relação cavalo-escravo foi perdendo sua força, mas o escambo continuava e um cavalo errado podia valer de nove a quatorze escravos.
     Reflexos dos conflitos étnicos e religiosos que sacudiam o litoral árabe e o Sudão, traficantes mouros oferecem escravos pagãos em troca dos muçulmanos capturados pelos portugueses. Tal forma de escambo confere princípios evangelizadores ao tráfico. Diziam quem os negros não vinham da linhagem de mouros, mas sim de gentios, o que seria mais fácil trazer para o caminho da salvação.
     Consideravam justa a posse e o comercio de negros, visto que muitos deles deportados de Portugal, se tornavam cristãos. Muitos negro e guinéus eram tomados a força e trocados por mercadorias não proibidas ou comercializados por legítimos contratos, foram levados para reinos  onde grande parte deles foram convertidos a à fé Católica. 
     O autor diz que narrativas contam da estranheza da fauna e os rigores do clima que ampliam o caráter antropomórfico e desnaturante das perversões atribuídas ao continente negro. No mesmo registro, canibalismo e guerras intertribais parecem justificar o tráfico negreiro. 

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul, séculos XVI e XVII Por Luiz Felipe de Alencastro

     No texto lido o autor nós convida a pensar a formação do Brasil nos tempos coloniais de uma outra forma. A partir dali pensamos na formação do Brasil fora do Brasil entre 1500 e 1700, sendo que a estrutura mercantilista do Brasil é montada pela coroa portuguesa para se apropriar do excedente colonial do Atlântico Sul. A forma com que ele trata do assunto torna a leitura gostosa e instigante.
     A obra de Alencastro é uma conexão de muitas interpretações que constrói uma perspectiva procurando pensar as vinculações entre Portugal e os territórios ultramarinos, incorporando a política, a administração e a religião. Tecendo assim no espaço do Atlântico na relação de trocas mercantis a formação do Brasil a partir do tráfico negreiro, que é a chave explicativa ou o paradoxo histórico, tratando o tempo todo da colonização portuguesa baseado na relação escrevista que se situa na América e na África. 
    Vale lembrar que se opera a passagem de uma economia de coleta, baseada no trabalho indígena e no corte de pau-brasil, para uma economia de produção fundada nos engenhos de açúcar e no escravo africano. Os laços da Colônia com o Atlântico são pelas ordens régias embaraçando o acesso ao trabalho indígena e estimulando o tráfico negreiro, como também pelas medidas freando as trocas entre as capitanias. 
     No contexto do tráfico negreiro "a grande miragem interpretativa da analise de Alencastro consiste no argumento de que o tráfico atlântico de africanos modifica de maneira extraordinária o sistema colonial, pois desde o século XVII interesses luso-brasileiro, ou melhor dizendo, brasílicos, se cristalizam nas áreas escravistas sul-americanas e nos portos africanos. Carreiras bilaterias vinculam diretamente o Brasil à África Ocidental".
     O sistema de exploração colonial português seria assim no Atlântico Sul unificado, compreendendo nos dois lados do mar como se entre eles não houvesse interrupção. De um lado, o do Brasil, enclaves de produção: os engenhos de açúcar, as minas de ouro, os rebanhos bovinos, fundada no trabalho escravo e no outro, áreas nas quais se produzia e reproduzia a mão-de-obra servil. As decisões políticas da Coroa seriam tomadas, consciente e às vezes inconscientemente, a partir da convicção de que sem Angola, isto é, sem o escravo negro, não seria possível manejar o Brasil e sem o Brasil não havia razão para Angola. Não podemos entender o que se passava no Brasil, sem saber como ia em Angola, ou vice-versa. As histórias dos dois países compondo durante três séculos uma só história.


sábado, 18 de junho de 2011

A causa da vinda para o Brasil

A Família Real veio para o Brasil por causa do Bloqueio Continental, mas deixe-me explicar melhor!
A França, que tinha como imperador Napoleão Bonaparte, estava em plena expansão teritorial e via na Inglaterra seu principal inimigo, haja vista que essa era contra toda essa expansão. Então, o Império Francês decretou o Bloqueio Continental em 1806, em que Napoleão determinava que todos países europeus deveriam fechar seus portos para o comércio com a Inglaterra, a fim de enfraquecer suas exportações e causar uma crise industrial.
No entanto, Portugal não podia aderir a esse bloqueio, pois nessa época a Inglaterra era o principal país que comercializava com ele e a economia portuguesa era completamente dependente da inglesa (prova disso é o tratado de Panos&Vinhos entre Portugal e Inglaterra, em que Portugal vendia vinhos à Inglaterra e essa, por sua vez, vendia sedas, linho, etc...que será que lucrava mais?

Por esse motivo que o ouro brasileiro foi praticamente todo, nos cofres britânicos), por isso, o rei de Portugal "furou" o bloqueio e comercializou com a Inglaterra.
Insatisfeito com a decisão portuguesa, o exército francês começou a dirigir-se a Portugal para invadi-la.
Numa jogada estratégica, e sabendo que o Brasil era considerado, na época, a pérola da coroa portuguesa, a Família Real portuguesa, incluindo o príncipe-regente D. João VI, fugiu para o Brasil, instalando e operando o governo português diretamente do Rio de Janeiro, em 1808.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Jean Baptiste Debret

 Pintor e desenhista francês que viveu no Brasil de 1816 a 1831.
Nasceu em Paris, em 18 de Abril de 1768 e morreu na mesma cidade em 11 de Junho de 1848.
Estudou na Academia de Belas Artes de Paris, tendo sido discípulo de Jacques-Louis David. Continuou os estudos na Escola de Pontes e Estradas concluindo-os na Escola Politécnica.
Estreou no Salão de 1798 com um quadro com figuras em tamanho natural, com o título "O General Messénio Atistómeno liberto por uma rapariga", que lhe valeu a conquista do segundo prémio. Devido a este sucesso foi encarregado de trabalhos de ornamentação em edifícios públicos e de particulares.
Integrou a Missão Artística Francesa ao Brasil, solicitada por D. João VI, organizada pelo marquês de Marialva, e dirigida por Debreton que chegou ao Rio de Janeiro em Março de 1816. No Brasil manteve-se até 1831, pintando e desenhando todos os grandes momentos que levaram à independência do Brasil, assim como os primeiros anos do governo do imperador D. Pedro I.
No Brasil pintou o retrato de D. João VI, de tamanho natural e com trajes majestáticos, assim como de outros membros da família real. Pintou também o desembarque da arquiduquesa Leopoldina, mulher de D. Pedro, e primeira imperatriz do Brasil.
Tendo recebido um atelier no novo edifício da Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, para aí poder pintar numa grande tela a coroação imperial, ocorrida em Dezembro de 1822, reuniu oito discípulos a quem deu aulas de pintura. Em 1820 foi nomeado professor de pintura histórica da Academia de Belas Artes, instituição que só em 1826 começou a sua atividade. Em 1829 organizou a primeira exposição artística do Brasil, ao apresentar os trabalhos dos seus discípulos. O sucesso do acontecimento valeu-lhe ser nomeado oficial da Ordem de Cristo.
Tendo regressado a França em 1831, sendo desde 1830 membro correspondente da Academia das Belas Artes do Instituto de França, publicou a partir de 1834 até 1839 uma numerosa série de gravuras na obra em 3 volumes intitulada Voyage pitoresque et historique au Brésil, ou Séjour d'un artiste français au Brésil (Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, ou Estadia de um artista francês no Brasil).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Economia: a abertura dos portos

Uma das principais medidas tomadas por D. João foi abrir o comércio brasileiro aos países amigos de Portugal. A principal beneficiada com a medida foi à Inglaterra, que passou a ter vantagens comerciais e dominar o comércio com o Brasil. Os produtos ingleses chegavam ao Brasil com impostos de 15%, enquanto de outros países deveriam pagar 24%. Este privilégio fez com que nosso país fosse inundado por produtos ingleses. Esta medida acabou prejudicando o desenvolvimento da indústria brasileira.